sexta-feira, 26 de agosto de 2011

RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES DA III SELET


(1)
O NARRADOR: REMINISCÊNCIAS, SABERES E COSTUMES EM O SORRISO DA ESTRELA E JAÚ DOS BOIS, DE ALEILTON FONSECA


ILZA CARLA REIS DE OLIVEIRA[1]


RESUMO: Essa comunicação tem por objetivo tecer algumas considerações sobre o narrador, suas memórias e experiências compartilhadas com o leitor a partir de uma breve análise de dois contos do escritor baiano Aleilton Fonseca – O Sorriso da Estrela e Jaú dos Bois, – publicados no livro O desterro dos mortos (2001). Para tanto, partiu-se das considerações acerca do narrador apresentadas por Walter Benjamin, bem como das discussões tecidas por Durval Muniz de Albuquerque Junior a propósito do Regionalismo de 30, período em que o sertão e suas particularidades surgem na cena literária nacional. Buscou-se realizar a leitura dos contos atentando para dois aspectos ou semelhanças nas narrativas: uma linguagem que remete ao relato e a presença de um narrador contador de histórias que retoma os costumes e os espaços do interior. A literatura baiana tradicional, pode-se dizer, está sustentada num tripé capaz de representar caracteristicamente o imaginário baiano: espaço, memória e linguagem. Os espaços nessas narrativas são vários, apresentando desde o mar, as imagens históricas de Salvador, o sul do estado e a região cacaueira, até o sertão e o interior. Sua escrita caracteriza-se também por utilizar “geralmente” uma linguagem que comunga com o espaço e com suas personagens, quase sempre priorizando a memória e a nostalgia. Nos contos do escritor baiano Aleilton Fonseca, esse tripé é bem perceptível. O autor utiliza como matéria-prima o narrador contador de histórias e traz para a cena literária os valores do interior: os causos, os costumes, os hábitos, a acolhida e a sabedoria dos mais velhos mesmo sem letramento. Consegue inclusive trazer para os contos a linguagem popular dos personagens ao mesmo tempo em que prioriza sua escrita clássica.


PALAVRAS-CHAVE: Conto. Espaço. Experiências. Narrador. Reminiscências.


[1] É Especialista em Estudos Literários e Linguística Aplicada ao Ensino pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB - Departamento de Ciências Humanas e Tecnologia - DCHT XXII - Programa de Pós - Graduação em Estudos Literários e Linguística Aplicada ao Ensino - PPGELLE (2011). Possui graduação em LETRAS VERNÁCULAS pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB.







(2)
GÊNEROS TEXTO-VIRTUAIS:
DE SEUS ELOS COM OS CONTOS DE FADAS TRADICIONAIS


Anthony Marcelo Duarte Santana (AGES)

Joaquim Cardoso da Silveira Neto (NPGL/UFS)


RESUMO

O encontro de familiares no entorno de fogueiras ou pura e simplesmente no momento do almoço ou do jantar tornou-se uma atividade quase extinta, em virtude de um emaranhado infinito de tecnologias da comunicação está tomando para si a função de ‘reunir’ pessoas. A reunião de pessoas acontecia com o objetivo de serem contados fatos, acontecimentos do dia-a-dia, no trabalho, na escola, na lavoura, em casa. Neste contexto, surgem algumas ferramentas tecnológicas que redefiniram comportamentos sociais. Assim, este artigo tem como objetivo geral mostrar que os mecanismos tecnológicos de comunicação e informação como chats, e-mails, orkut, facebook, qpassa, twitter, listas de discussão, e-learning, blog dentre tantos outros possuem as mesmas funções atribuídas aos contos de fadas tradicionais visto que estes serviam para aproximar os membros de uma dada comunidade ou mesmo família. Os contos apareceram para suprir a necessidade de comunicação que sempre houve no espírito humano, depois de séculos, eles passaram para a escrita, embora tenham sido mantidos seus reais objetivos dentro de qualquer comunidade. Para tal, o presente estudo acadêmico optou pela metodologia de cunho bibliográfico/comparativo. Ele é importante porque considera os aspectos comparativos entre os gêneros textuais virtuais e o conto de fadas em suas especificidades mais limítrofes. A base de fundamentação teórica deste texto está nas palavras de Perrenoud,Bakthin, Maingueneau, Gotlib, Propp, Walter Benjamin. Chegou-se à conclusão de que há grandes semelhanças entre os contos de fadas e as ferramentas de comunicação do mundo virtual.

Palavras-chave:Gênero ‘conto’; Gêneros Virtuais; Análise Comparativa.

1Graduando em Letras Vernáculas pela Faculdade AGES.
2Professor das redes municipal e estadual de Fátima e da Bahia, respectivamente. Aluno do Mestrado em Letras da Universidade Federal de Sergipe (UFS).



(3)
A MÚSICA NA ESCOLA[1]


Damião Araújo da Rocha[2] (UNEB)


RESUMO: Uma das muitas preocupações dos professores que estão exercendo a profissão em sala de aula encontra-se inserida em suas práticas pedagógicas diárias, quando se dispõem a refletir se as metodologias que utilizam com seus alunos realmente estão resultando de forma positiva ou se permanecem carentes de melhorias. As reflexões mais atuais, tanto para quem já está em sala de aula, quanto para os formandos na área educacional, dizem respeito às maneiras lúdicas de ensinar as disciplinas, de maneira a desprender-se dos modelos tradicionalistas vigentes, adotando uma postura de diálogo entre as matérias propostas pela grade curricular da escola, e outros recursos disponíveis, tais como as novas tecnologias, ou ainda situações que estejam presentes na vida dos educandos. A música é um dos exemplos. Com a aprovação da lei n° 11.769 em 2008, que trata da volta obrigatória do ensino de música nas escolas, todos precisam agora adequar-se a essa nova realidade. O presente trabalho, intitulado A música na escola, é uma adaptação de um projeto realizado com os objetivos de estabelecer reflexões acerca dessa temática, verificar, na prática, o trabalho docente e seus desafios diante da adoção de posturas inovadoras em sala de aula, além de tornar a experiência do estágio mais agradável, pelo desprendimento do tradicionalismo. Num primeiro momento, o referido projeto foi aplicado juntamente com a proposta curricular da escola e, numa segunda oportunidade, em formato de oficina. Nos dois casos dialogamos com letras de música que possibilitassem reflexões sociais, e a utilização dos textos para facilitar a aprendizagem dos conteúdos oferecidos pela escola.

PALAVRAS-CHAVE: Música. Interdisciplinaridade. Ludicidade. Reflexões. Aplicabilidade.


[1]Projeto orientado pela professora Luciana Alves Dourado de Alcântara, Mestranda em Educação e Contemporaneidade da UNEB, possui graduação em Licenciatura em Letras e Artes pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2000) e Especialização em Língua Portuguesa: Texto (2003), também pela UEFS. Atua na área de Ensino-aprendizagem de Leitura, Produção textual e Ensino de Literatura. Atualmente é Professora Auxiliar da Universidade do Estado da Bahia (UNEB- Campus XXII) , atuando na área de Ensino-aprendizagem de Língua Materna, e da SEC (Secretaria de Educação do Estado da Bahia), em Ensino Médio . Tem experiência na área de Letras, Linguística Textual e Ensino de Língua Portuguesa, atuando principalmente nos seguintes temas: letramento, didáticas do ensino de literatura, lecto-escrita, ensino-apredizagem de língua portuguesa e produção textual.

[2] Graduando do 9º semestre em Letras Vernáculas pela Universidade do estado da Bahia – UNEB/ Campus XXII – Euclides da Cunha – BA.




(4)



“A SENHORA DAS ÁGUAS DOCES E DA BELEZA”: ECOS DOS TRADICIONAIS CONTOS INFANTIS



Maria das Graças de Carvalho César[1]
Educandário Oliveira Brito
Escolinha Santo Antônio


RESUMO: A literatura foi e ainda é importante referencial para o mundo infantil, visto que é o ponto de partida da criança à fantasia. Portanto, os contos de fadas assim como os mitos podem se configurar como excelentes recursos para estimular o gosto pela leitura, assim como para influenciar no processo de maturação da criança, uma vez que motivam a sua subjetivação e oferecem-lhe material simbólico que dão significado e valor à vida. Os contos ou mitos africanos também podem ser utilizados neste trabalho de subjetivação, porque são capazes de exercer influência nesse processo de maturação do desenvolvimento infantil, já que o imaginário da criança abastece-se de histórias, traços de personalidade de personagens e cenários provenientes da ficção. Assim, neste trabalho, buscar-se-á evidenciar que no conto africano “A senhora das águas doces e da beleza” ecoam diversos aspectos históricos e culturais, que estabelecem fortes semelhanças com a clássica literatura infantil através da linguagem simbólica e dos arquétipos.


PALAVRAS - CHAVE: Arquétipos; Literatura infanto-juvenil; Narrativas; Mitos; Símbolos.





[1] É Especialista em Estudos Literários e Linguística Aplicada ao Ensino pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB. Departamento de Ciências Humanas e Tecnologia - DCHT XXII. Programa de Pós - Graduação em Estudos Literários e Linguística Aplicada ao Ensino - PPGELLE (2011). Possui graduação em LETRAS VERNÁCULAS pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB (2007). Atualmente é professora de Língua Portuguesa no Educandário Oliveira Brito (Brasil), onde também atua como bolsista de supervisão no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID - UNEB), projeto da CAPES. Ainda atua como coordenadora pedagógica da Educação Infantil na Escolinha Santo Antônio (Brasil).


(5)

OUTROS OLHARES SOBRE A LEITURA A PARTIR DA ANÁLISE DO DISCURSO

Andressa Santos de Oliveira - UNEB - Campus XXII[1]
Cleide Selma Alecrim Pereira - Orientadora[2]


A leitura compreende, em alguns casos, uma prática restrita a decodificação dos signos linguísticos propostos a um leitor e/ou a interpretação ipsis litteris (literal) de um determinado conjunto de sentenças linguísticas. Nesse sentido, a presente resenha crítica objetiva partir das contribuições fornecidas pela Análise do Discurso de Linha Francesa (AD) para evidenciar que o ato de ler corresponde, sobretudo, num momento crítico, no qual o indivíduo se torna sujeito do seu objeto de leitura, ao atribuir novas significações ao que é lido, bem como ao vislumbrar os discursos explícitos e implícitos presentes em um determinado texto. Deste modo, esse trabalho buscará explanar que o ato de ler, também, resulta de um processo de produção, denominado por “condições de produção” - o qual envolve o contexto histórico, social e situacional, os interlocutores e os outros textos que estão entrelaçados e/ou que emanam de um determinado objeto de leitura. Seguindo essa perspectiva, o leitor assume papel e função preponderante na construção dos sentidos, nas associações entre um e outro texto/discurso, bem como ao adquirir consciência do emaranhado ideológico constituinte desse. Sendo assim, esse texto apresentará algumas noções da AD necessárias para que a leitura se concretize de forma mais crítica, plena e produtiva. Para tal, adotar-se-ão as contribuições de alguns teóricos da área, a saber: Helena Brandão, Patrick Charaudeau, Dominique Maingueneau, Eni Orlandi, Sírio Possenti, dentre outros.

Palavras-chave: Leitura. Análise de Discurso. Leitor. Condições de produção. 




[1] Graduanda em Letras com Licenciatura em Língua Portuguesa e Literatura de Língua Portuguesa, pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB - Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias - DCHT - Campus XXII - Euclides da Cunha – Bahia. Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência.
[2] Licenciada em Letras Vernáculas pela Universidade Federal da Bahia. É especialista em Língua e Literatura Vernáculas pela UFBA. Professora Auxiliar da Universidade do Estado da Bahia - UNEB / Campus XXII e da Rede Estadual de Ensino. Atua nos seguintes temas: ensino de língua portuguesa, estudos morfossintáticos, variação linguística, discurso e leitura.





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