sexta-feira, 26 de agosto de 2011

RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES DA III SELET

III – SELET - RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES

(6)

AS LINGUAGENS DIGITAL E ANALÓGICA COMO OBJETO DE ESTUDO
Francisco Formigli Reboucas Filho – UNEB/UCSAL*

RESUMO: As características desses dois tipos básicos de linguagem definem todos os fenômenos da vida cotidiana, tecnológica e biológica: os códigos em digitum e em analogon. Mas, o que quer dizer isso? A que fenômenos esses termos se referem? O Presente trabalho visa, muito superficialmente – como uma comunicação de assunto tão complexo permite – expor idéias que buscam abarcar o que são e onde podemos identificá-los no nosso cotidiano, para além das máquinas e objetos tecnológicos.
*Professor graduado em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia (1987) e Mestre em Comunicação e Cultura Contemporânea pela Universidade Federal da Bahia (2002). Tem experiência na área de Educação/Sociabilidade, com ênfase em Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: identidade, subjetividade, educação e sociabilidade.


(7)

A INFLUÊNCIA DO LATIM NA FORMAÇÃO LEXICAL DA LÍNGUA INGLESA
 Professor Nelson Nascimento da Silva – UNEB*

RESUMO: Este trabalho tem o objetivo de mostrar a influência do latim na formação lexical da língua inglesa. Para tanto, será apresentado um breve histórico sobre a constituição do inglês, a fim de esclarecer por quais razões o léxico desse idioma apresenta, atualmente, um índice considerável de vocábulos de raiz latina ou neolatina. Serão discutidos também dados que constatam tal fato, tomando como base a tabela das 10.000 palavras mais comuns em inglês, de Stockwell and Minkova (2001), bem como dados encontrados no dicionário etimológico – Oxford Dictionary of Word Origins (2010). Além dessas fontes, a presente pesquisa sustenta-se nas contribuições teóricas de Lee (1959), Kastovsky (2006), Coxhead (2000), Walter (1997) entre outros.

PALAVRAS-CHAVE: Formação lexical. Latim. Língua inglesa.

*Professor Assistente de Língua Inglesa do DCHT - Campus XXII – UNEB. Graduado em Língua Estrangeira pela Universidade Federal da Bahia. Especialista em Programação de Ensino pela UNIBA. Mestre em TESOL pela Universidade de Leeds – Inglaterra. Tem formação em Pronúncia da Língua Inglesa pela Baruch College - Estados Unidos.


(8)

A INFLUÊNCIA DO PENSAMENTO FILÓSOFICO DE RENÉ DESCARTES E DE FRANCIS BACON NA ELABORAÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Paulo Eduardo de Oliveira – UNEB*

RESUMO: A palestra aborda o tema Filosofia da Educação. Tem como eixo problematizador as duas vertentes do pensamento filosófico: a idealista, de Platão, e a realista de Aristóteles e como estas influenciaram as bases epistemológicas do conhecimento científico no ocidente. Tem como objetivos explicar como as vertentes mencionadas constituíram as bases epistemológicas do método científico, bem como estabelecer relações diferenciais da apreensão dos objetos de pesquisa pelo sujeito. Por fim, pretende demonstrar os caminhos lógicos das regras do método científico estabelecidas por René Descartes e como a filosofia de Francis Bacon estabeleceu as bases do desenvolvimento e o progresso a ser alcançado por meio da ciência e da técnica.
PALAVRAS-CHAVE: Filosofia da Educação. Epistemologia do Conhecimento. Regras do Método. Desenvolvimento e Ciência.
*Professor titular da UNEB, dos Campi I e XXII. Mestre em Desenvolvimento Sustentável –Universidade de Brasília (UnB). Doutorando em Desenvolvimento Regional e Urbano – Universidade do Salvador (UNIFACS). Professor de Ecologia da Universidade do Estado da Bahia. Diretor científico do Centro de Metodologia Científica e Ambiental (CENTRIMAR) e do Centro Contemporâneo para o Desenvolvimento Sustentável (CEPENDES). Consultor em Desenvolvimento Sustentável nas áreas: Gestão Ambiental, Políticas Públicas em Saúde e Meio Ambiente, Biodiversidade e Turismo.


(9)

“ESSA MENINA TEM TOPETE”: AFRONTAMENTO AO PODER PATRIARCAL NA PERSONAGEM MALVINA, DE JORGE AMADO
Rosana Carvalho da Silva Ghignatti – UNEB*

RESUMO: Esta comunicação pretende analisar a personagem Malvina, do romance amadiano Gabriela, cravo e canela (1958) a partir de uma ótica transgressora. Observando as atitudes de insubmissão e rebeldia da personagem, o texto irá demonstrar que Malvina não se submete aos modelos impostos para a mulher na sociedade de Ilhéus do início do século XX, rompendo com os paradigmas comportamentais para uma moça do seu tempo. A partir de citações da própria obra e de autores que estudaram as questões de gênero a exemplo de Bellis Morgado (1987), Rosana Patrício (1999), Thales de Azevedo (1986), dentre outros, far-se-á uma análise da condição das jovens moças de Ilhéus, em especial, Malvina.

PALAVRAS-CHAVE: Jorge Amado. Poder patriarcal. Mulher. Transgressão.

*Professora de Literaturas Brasileira e Portuguesa (Campus XXII - Euclides da Cunha). Mestra em Literatura e diversidade cultural (UEFS).



(10)

AS ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS NAS PRÉDICAS ANTONIO CONSELHEIRO: AS PERGUNTAS RETÓRICAS
Inamar Santos Coelho – UNEB*
Suani de Almeida Vasconcelos – UEFS**


RESUMO: Este texto é parte do trabalho monográfico As estratégias argumentativas nas Prédicas de Antônio Conselheiro, apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários e Linguística Aplicada ao Ensino, da Universidade do Estado da Bahia, como requisito para a obtenção do grau de especialista. A pesquisa tem como objetivo o estudo das estratégias argumentativas nas prédicas de Antônio Conselheiro a partir do estudo da tríade retórica, ethos, pathos e logos e dos pressupostos teóricos do Tratado da Argumentação: a Nova Retórica, de Chaïm Perelman e Lucie Olbrechts-Tyteca; no intuito de verificar como se dão as noções de acordo e auditório, de convencimento e persuasão, bem como os usos de algumas estratégias retórico-argumentativas, como o exemplo, o argumento de autoridade e a pergunta retórica no corpus. O presente texto traz o recorte da análise das prédicas no tocante às perguntas retóricas verificadas nas prédicas Sobre a paciência nos trabalhos e Sobre a obediência constantes no manuscrito de 24 de maio de 1895, intitulado Apontamentos dos Preceitos da Divina Lei de Nosso Senhor Jesus Cristo, para a Salvação dos Homens.

PALAVRAS-CHAVE: Argumentação. Conselheiro. Discurso. Persuasão. Retórica.

* Pós-Graduando em Estudos Literários e Linguística Aplicada ao Ensino pela Universidade do Estado da Bahia, Campus XXII, Euclides da Cunha – BA.

** Professora Orientadora: Doutora em Letras e Linguística, na área de Descrição e Análise Linguística com enfoque em Semiótica Textual (greimasiana) pela Universidade Federal da Bahia e professora do Departamento de Letras e Artes da Universidade Estadual de Feira de Santana na área de Filologia.


(11)

LINGUAGEM E SOCIEDADE:
UMA RELAÇÃO DE APRENDIZAGEM HOMEM-MUNDO

Douglas Souza Costa – UNEB*
Jaciel Souza Correia – PIBID/UNEB*
Francisco Formigli Reboucas Filho – UNEB/UCSAL**


RESUMO: Este trabalho tem a pretensão de discorrer acerca do processo sócio-histórico do funcionamento psicológico na aprendizagem e desenvolvimento do intelecto humano. Como fundamentação teórica utilizou-se a teoria de Lev Semenovich Vygotsky apresentada por Marta Kohl de Oliveira, no intuito de fazer uma retrospectiva aos anais da história, na tentativa de se chegar às fontes e raízes dos mecanismos psicológicos da aprendizagem humana, para mostrar o importante papel do aprendizado, desenvolvimento e do comportamento humano na formação psíquica, possibilitando a descrição e a explicação das funções psicológicas superiores que representam uma combinação mecânica das leis tipo estímulo-resposta, em termos aceitáveis para as ciências naturais. 

PALAVRAS-CHAVE: Funcionamento psicológico. Aprendizagem humana. Comportamento. Formação psíquica.

*Graduandos do 4º Semestre Noturno do Curso de Letras Vernáculas pela UNEB, Campus XXII. 

**Professor Orientador: Graduado em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia (1987) e Mestre em Comunicação e Cultura Contemporânea pela Universidade Federal da Bahia (2002). Tem experiência na área de Educação/Sociabilidade, com ênfase em Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: identidade, subjetividade, educação e sociabilidade.


(12)

A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA NA ESCOLA

Cosme Nelson Ramos da Costa – UNEB*
Eliana Pereira – UNEB* 
 Virginia Abreu – UNEB*
Rosana Ghignatti – UNEB**


RESUMO: A pesquisa é uma forma de procurar por respostas a perguntas ou informações, contribuindo para a construção do conhecimento. Na escola a ela deve ser vista como uma atividade capaz de produzir novos conhecimentos a partir de um determinado assunto relacionando as informações obtidas ao conhecimento de mundo dos discentes. Corroborando com essa ideia Marcos Bagno em seu livro intitulado Pesquisa na escola: o que é e como se faz, mostra sua indignação diante do método de pesquisa utilizado nas escolas brasileiras. Utilizando-se de uma linguagem simples, Bagno, aponta erros cometidos por professores nesse tipo de trabalho e indica novos percursos a serem seguidos os quais, segundo ele levarão a uma melhora no desempenho do aluno diante de uma atividade de pesquisa. Em seu livro o autor nos convida a uma reflexão sobre a real necessidade dos trabalhos de pesquisas solicitados por professores nos três níveis de ensino. Para Marcos Bagno, a pesquisa pode ser um grande instrumento na construção do conhecimento do aluno, por isso é de suma importância, que o professor indique temas para investigação a fim de contribuir na construção da aprendizagem. Nesse sentido o educador deve ter por objetivo, a finalidade de formar pessoas curiosas e criticas acerca do que se passa no mundo, onde o conhecimento será descoberto pelo próprio aluno. Para isso o docente tem a função de gerenciar, e orientar, o seu educando na busca de informações, disponibilizando referências e propondo melhores condições para o desenvolvimento da pesquisa solicitada. O autor adverte que papel do professor não é apenas transmitir conhecimento, mas ensinar a apreender, e essa aprendizagem origina-se na ação do aluno tendo o professor como interventor e orientador de seu desenvolvimento, pois, é função do professor é incentivar no aluno o interesse pela busca do verdadeiro conhecimento.

PALAVRAS-CHAVE: Pesquisar. Construção Conhecimento. Finalidade. Aprendizagem.

* Graduandos do Curso de Letras da UNEB, Campus XXII.

** Professora Orientadora: Mestre em Literatura e Diversidade Cultural (UEFS). Docente de Literatura Brasileira e Portuguesa da UNEB, Campus XXII.




(13)

A VISÃO SOBRE OS NEGROS NOS CONTOS “O JARDINEIRO TIMÓTEO”, DE MONTEIRO LOBATO E “SIKULUME”, DE JÚLIO EMÍLIO BRAZ

Arlete Miranda Amâncio – UNEB/PIBID**
Ailton de Santana – UNEB/PROGESTÃO*
Claudenir dos Santos Costa – UNEB/PIBID**
Léa Costa Santana Dias – UNEB***

RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo analisar os contos “O jardineiro Timóteo”, de Monteiro Lobato e “Sikulume”, de Júlio Emílio Braz, tomando por base duas perspectivas diferentes presentes no discurso literário: uma que coloca o negro como objeto, numa visão distanciada e estigmatizada e outra: que põe o negro como sujeito, numa atitude compromissada, que difere daquela que outrora lhe fora condicionada. Neste sentido, como base teórico-metodológica utilizar-se-á trabalhos conceituais sobre identidade negra e literatura afro-brasileira. Quanto ao primeiro ponto, dialogaremos com as contribuições teóricas de Souza (2005), Barbosa (2006). Quanto ao segundo, trazemos à baila as discussões propostas por Munanga (2006, 2007), dentro outros. Sendo assim, buscar-se-á demonstrar como, nos referidos contos, a posição concedida ao afrodescendente tem mudando ao longo da história.  

PALAVRAS-CHAVE: Contos. Monteiro Lobato. Júlio Emílio Braz. Afrodescendentes. Mudança.

* Graduando em Letras pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Campus XXII.

** Graduandos em Letras pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Campus XXII. Bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência.

*** Professora Orientadora: Doutoranda em Literatura e Cultura pela Universidade Federal da Bahia-UFBA. Mestrado em Literatura e Diversidade Cultural pela UEFS (2003). Professora Assistente de Literatura Brasileira da Universidade do Estado da Bahia – UNEB. 


(14)

INTERFACES DO FEMININO EM “A CARTOMANTE”, DE MACHADO DE ASSIS EM A HORA DA ESTRELA, DE CLARICE LISPECTOR

Osvaldo Alves de Jesus Júnior – UNEB*
Léa Costa Santana Dias – UNEB**


RESUMO: O presente trabalho foi elaborado para atender às exigências avaliativas do componente curricular Estudos Teóricos do Texto Literário, sob supervisão da Profª. Ms. Léa Costa Santana Dias. No texto, discute-se os perfis femininos das personagens d’ “A Cartomante”, de Machado de Assis, e d’ A hora da estrela, de Clarice Lispector, atentando-se para as características de cada uma, além das ações desenvolvidas no decorrer da narrativa. Analisa a utilização do conto machadiano como um intertexto no romance clariciano publicado em 1977, focalizando a figura da cartomante e seus vaticínios. Estuda-se, ainda, o caráter atemporal nas duas obras supramencionadas e a numerosa quantidade de temáticas que podem ser exploradas sob diferentes perspectivas, além da literária. Enfim, aventam-se textos de dois grandes mestres apaixonados pelas palavras e que souberam esculpir universos que jamais serão esquecidos. Este estudo fundamenta-se nos trabalhos dos pesquisadores Wilma Rejane de Almeida, Alfredo Bosi, Renata Corrêa Coutinho, Márcia Lígia Guidin, Belkis Morgado, Yudith Rosenbaum, dentre outros significativos. Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro e foi o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, que ajudara a fundar em 1897. Destacou-se principalmente no romance e no conto, embora tenha escrito ainda poesias, crônicas, peças de teatro e crítica literária. O conto “A Cartomante” foi publicado originalmente na Gazeta de Notícias de 28 de novembro de 1884 e, em livro, no volume Várias histórias (1895). A narrativa contemporânea A hora da estrela, retextualiza o conto de Machado de Assis. É de autoria de Clarice Lispector, autora de renome internacional.

PALAVRAS-CHAVE: Perfis femininos. A hora da estrela (Clarice Lispector). “A cartomante” (Machado de Assis). Análise. Intertextualidade.

* Graduando em Letras pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Campus XXII.

** Professora Orientadora: Doutoranda em Literatura e Cultura pela Universidade Federal da Bahia-UFBA. Mestrado em Literatura e Diversidade Cultural pela UEFS (2003). Professora Assistente de Literatura Brasileira da Universidade do Estado da Bahia – UNEB. 


(15)

A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA FIGURA FEMININA EM AMOR DE PERDIÇÃO, DE CAMILO CASTELO BRANCO
 Eliana Maria Pereira – UNEB*
Iolanda Santos Barreto – UNEB*
Rosana Ghignatti – UNEB**

RESUMO

Considerado por parte significativa da crítica literária como maior expoente do ultra-romantismo português, Camilo Castelo Branco, autor do clássico Amor de perdição, teve sua imagem vinculada a dramas passionais. Castelo Branco é um dos romancistas que maior colaboração ofereceu para a consagração do amor fatal e da mulher quão “amada inacessível”. Durante algum tempo acreditou-se que as narrativas camilianas, supostamente voltadas para a temática amorosa, não guardavam discussões de caráter histórico, social e político.  No entanto, ao analisar a literatura do romancista de São Miguel de Cleide, torna-se perceptível que esta não se restringe a histórias sentimentais triviais, mas que dão mostras de um escritor consciente do momento. Partindo da preposição de que a literatura retrata os problemas socio-político-históricos, procuramos observar a caracterização dos sujeitos femininos da época como uma referência para identificar traços da concepção deste escritor frente à mulher, mapeando a transposição de tais sinais para as personagens que cria. Para tanto, buscaremos apresentar uma análise acerca das personagens femininas da obra de Castelo Branco. Dentre as múltiplas obras deste autor que possibilitam semelhante análise nos detivemos no romance Amor de perdição, o qual foi publicado em 1862. Fizemos a escolha desta temática por considerarmos significativa a expressividade e autenticidade das protagonistas Teresa Albuquerque e Mariana enquanto representantes da mulher do século XIX. Pode-se dizer que em geral, as personagens femininas da obra de Camilo em análise, tentam burlar com astúcia as regras de uma sociedade que lhes nega o direito de comandar a própria vida. 

PALAVRAS-CHAVE: Amor de perdição. Mulher. Sociedade. Século XIX. 

* Graduandas do Curso de Letras da UNEB, Campus XXII.

** Professora Orientadora: Mestre em Literatura e Diversidade Cultural (UEFS). Docente de Literatura Brasileira e Portuguesa da UNEB, Campus XXII.
 

(16)

RESPOSTA: NOS CANTOS DO CONTO HAVIA OUTROS TANTOS

Allisson Santos Matos – UNEB*
Cleide Selma Alecrim Pereira – UNEB**

RESUMO

Para a análise de discurso (AD) de linha francesa todo discurso é produzido sobre o alicerce de outras vozes e, principalmente, controlado por condições de produção que, sejam elas de base histórica, social ou situacional, justificam os diversos dizeres. Esses fatores influenciam o processo de enunciação e controla qualquer proposição realizada pelo sujeito. Nesse sentido, as ideias seriam resultado de um controle sistemático no qual não existe discurso ingênuo e/ou sem intenção. Toda construção discursiva estaria ligada a um emaranhado de outros discursos, por sua vez fixado numa formação discursiva e proveniente de uma ideologia. Deste modo, o presente trabalho visa promover uma discussão acerca dos discursos e das ideologias engendradas no conto “Resposta”, texto que compõe o livro Cem Mentiras de Verdade (1985), escrito pela autora Helena Parente Cunha, a fim de perceber essa conjuntura que faz com que até hoje existam determinadas discrepâncias entre o ser homem e o ser mulher, outorgando a esta uma posição inferiorizada perante a sociedade. Para tal, utilizar-se-ão as contribuições da Análise de Discurso (AD) de linha francesa, através de algumas proposições de Maingueneau, Fiorin, Orlandi, e Possenti, bem como as assertivas, sobre o estudo de gênero, trazidas por Nelly Coelho, Helena Parente Cunha e Elódia Xavier.

PALAVRAS-CHAVE: Análise de Discurso. Discursos. Conto Resposta. Helena Parente Cunha. 

* Graduando do Curso de Letras da UNEB, Campus XXII e bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência.

** Professora Orientadora: Licenciada em Letras Vernáculas pela Universidade Federal da Bahia. É especialista em Língua e Literatura Vernáculas pela UFBA. Professora Auxiliar da Universidade do Estado da Bahia-UNEB/Campus XXII e da Rede Estadual de Ensino. Atua nos seguintes temas: ensino de língua portuguesa, estudos morfossintáticos, variação linguística, discurso e leitura.


(17)

NO LIMIAR DA FRONTEIRA: A RELAÇÃO BENTINHO–ESCOBAR

Osmar Miranda Rehem – UNEB *
Orlando Freire Junior – UNEB**

RESUMO: O presente trabalho propõe-se a investigar a possibilidade de existência de uma relação homoerótica entre os personagens Bentinho e Escobar do romance Dom Casmurro de Machado de Assis. Grosso modo, faremos aqui uma análise pautada nas teorias mais recentes no que concerne às ideias de identidade de gênero enquanto uma construção sociocultural aliada às leituras sobre um Machado de Assis que rompe com alguns pressupostos teóricos e/ou ideológicos daquele período finissecular. Assim, inicialmente, analisam-se as injunções sociais responsáveis pelo monitoramento dos comportamentos masculinos valorizados socialmente. Posteriormente, foca-se no modo como a sociedade brasileira em fins do século XIX concebe as relações ditas infratoras da norma heterossexual. Em conclusão, tem-se a análise da relação Bentinho-Escobar sob a ótica do contexto histórico-social daquele período. Não obstante, as leituras aqui propostas não visam a dogmatismos, mas o suscitar de algumas reflexões, enfim, mais uma perspectiva para se compreender essa obra machadiana, que, mesmo tendo sido publicada há mais de um século, ainda gera inúmeras controvérsias. 

PALAVRAS-CHAVE: Dom Casmurro. Homoerotismo. Práticas de monitoramento.

* Graduado em Letras – Campus XXII.

**Professor Orientador: Mestre em Literatura e Diversidade Cultural pela UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana) e docente da Universidade do Estado da Bahia. 


(18)

DE CRIANÇA À MULHER: A BUSCA IDENTITÁRIA NO ROMANCE A CAMA, DE LYGIA BOJUNGA*

Ailton de Santana – UNEB/PROGESTÃO**
Léa Costa Santana Dias – UNEB***


RESUMO: Lygia Bojunga Nunes é considerada hoje uma das mais importantes escritoras brasileiras no cenário da Literatura Infanto-Juvenil. No romance A Cama (1999), Bojunga apresenta-nos uma narrativa em que a busca/crise da identidade é vivenciada/ representada através da personagem Petúnia, uma criança que transgride as normas sociais vigentes através de atitudes e gestos, no intuito de reivindicar um espaço identitário de mulher. Sendo assim, o presente trabalho busca realizar uma breve leitura desta obra bojunguiana enquanto lugar de reflexão no que diz respeito ao protagonismo feminino – que na voz da criança ganha status de transformação. Como base teórico-metodológica utilizar-se-á trabalhos conceituais sobre teoria e crítica literária feminista e crise da identidade. Quanto ao primeiro ponto, dialogaremos com as contribuições teóricas de Elódia Xavier (1998) e Zolin (2003). Quanto ao segundo, o enfoque será dado a partir dos trabalhos de Stuart Hall (2006), dentre outros. 

PALAVRAS-CHAVE: Lygia Bojunga Nunes. Busca identitária. Personagem Feminina. Literatura Infanto-Juvenil.

* Este trabalho constitu-se em um recorte de Pesquisa em que busco analisar as construções e crises de identidades das personagens femininas nas obras de Lygia Bojunga Nunes. Resumo publicado nos Cadernos de Resumos do XIV Seminário Nacional & V Seminário Internacional Mulher e Literatura: "Palavra e Poder: Reapresentações Literárias", em Brasília-DF (2011), no III Seminário Nacional de Literatura e Cultura, em São Cristóvão-SE (2011). 

** Graduando do Curso de Letras da UNEB, Campus XXII.

*** Professora Orientadora: Doutoranda em Literatura e Cultura pela Universidade Federal da Bahia-UFBA. Mestrado em Literatura e Diversidade Cultural pela UEFS (2003). Professora Assistente de Literatura Brasileira da Universidade do Estado da Bahia – UNEB. 


(19)

O NEGRO, SUA MILITÂNCIA E POESIA NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

Emmanoel dos Santos Cardoso e Maria se Fátima de Jesus – UNEB/PIBID*
Orlando Freire Junior – UNEB**


RESUMO: A literatura afro-brasileira contemporânea começa a ter um pouco mais de visibilidade a partir dos Cadernos Negros 1978, e posteriormente vinculados à Editora Quilombhoje, onde são publicadas as obras de escritores negros. A partir da leitura do primeiro capítulo do livro Afro-descendência em Cadernos Negros e Jornal do MNU da Professora Florentina da Silva, que tem por título, As vozes e seu tempo, tendo como pressupostos, discussões travadas em sala de aula e, ainda, a leitura de diversos artigos com tendências multiculturalista, discute-se a questão da poesia negra no Brasil, sua conceituação e perspectivas. Ressalta-se, aqui, a importância da poesia negra como instrumento de revelação da identidade nacional, a qual se consubstancia na diferença e na diversidade, ao invés da unanimidade.

PALAVRAS-CHAVE: Poesia Negra. Literatura Afro-brasileira. Passado.

* Graduando do Curso de Letras da UNEB, Campus XXII. Bolsista PIBID/UNEB.

**Professor Orientador: Mestre em Literatura e Diversidade Cultural pela UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana) e docente da Universidade do Estado da Bahia. 

(20)

O CORPO CONTA: UMA POÉTICA NÃO VERBAL

Gabriela Santos Barbosa – UNEB/PICIN*
Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva**

RESUMO: Ao buscar escutar atentamente a poética comunicativa do corpo em expressões artístico-culturais que vem sendo apresentadas no município de Euclides da Cunha/BA, faz-se importante (re)conhecer o corpo enquanto imagem que atua com outras imagens, recebendo e devolvendo movimentos. Para tanto será analisada a representação visual das quadrilhas juninas e do teatro. Com a tomada de conhecimento destas artes performáticas, será possível desenvolver um estudo multi-semiótico sobre o corpo/voz/gesto – ou corpo como palco de signos –, entendidos como uma organização só, um todo integrado que, nessa inerência, exercem o poder do/no imaginário, (re)encenam passado-presente e trazem a força da cultura na cidade. Ao considerar o corpo como um “arquivo” ou uma espécie de memória de culturas, é imprescindível conhecer os processos de arte corporal - eis um dos objetivos deste trabalho. Com as teorias que vão da voz/performance/corpo/gesto (cf. Paul Zumthor e Jorge Glusberg), à memória (cf. Jerusa Pires Ferreira) e à semiótica (cf. Jorge Glusberg), o trabalho pretende contribuir para consolidar a linha de pesquisa voltada para a investigação de “arquivos” alternativos de culturas, e difundir a consciência em torno da necessidade de preservar o corpo-memória como um dos elementos constituintes das identidades culturais de um povo. Esta comunicação apresenta os resultados do subprojeto intitulado 'O corpo conta: registro e (re)conhecimento das artes performáticas do município de Euclides da Cunha', ligado ao projeto '(Re)conhecendo um dos sertões baianos: sistematização e registro de expressões artístico-culturais do semi-árido' (UNEB-PICIN), sob a responsabilidade e orientação da Prof.ª Dr.ª Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva. 

* Graduanda do Curso de Letras da UNEB, Campus XXII. Bolsista de Iniciação Científica – PICIN/UNEB.

**Professora Orientadora: Professora de Teorias da Literatura, de Literaturas Brasileira e Portuguesa. Graduada em Letras (UNEB). Especialista em Texto e Gramática (UEFS). Mestre em Literatura e Diversidade Cultural (UEFS). Doutora em Comunicação e Semiótica (PUC-SP). Líder do Grupo de Pesquisa Literatura e Diversidade Cultural: imaginário, linguagens e imagens – cadastrado no V Diretório de Grupos do CNPq. Coordenadora local do PIBID/UNEB. Orientadora de Pesquisa – PICIN/UNEB.



(21)

PRODUÇÃO TEXTUAL ARTIFICIAL E INEXPRESSIVA NO ENSINO MÉDIO:ANÁLISE DE DADOS DE UMA ESCOLA PÚBLICA


Joaquim Cardoso da Silveira Neto (NPGL/UFS)


O cenário que se mostra quanto ao tratamento dado ao ensino de língua portuguesa nas salas de aulas das escolas públicas é extremamente preocupante e nebuloso. No ensino médio, a produção de texto vem sendo alvo de um programa curricular que preza, em parte significativa, pela escrita em sua forma, temáticas, títulos, estilos já ultrapassados e claramente improdutivos. Sabe-se que a prática de escrita não está imbuída de seu valor interacional, de sua autoria e de sua recepção, uma vez que, por ela, não é estabelecida a relação desejada entre a linguagem e o mundo, entre o autor e o leitor do texto. (ANTUNES, 2009). A partir deste quadro, à luz da Linguística Aplicada, nos direcionamentos sociointeracionistas, alicerçada, sobretudo, nos pressupostos teóricos de Bakhtin eem alguns pesquisadores brasileiros desta vertente, o presente trabalho possui como grande objetivo o de discutir as práticas em torno da escrita numa escola pública. A lida com a escrita transformou-se numa atividade mecânica bem como de caráter periférico, uma vez que leva em consideração algumas atitudes docentes corriqueiras no âmbito escolar, como, por exemplo, a de entregar um tema/título de qualquer ordem ao aluno a fim de que ele  construa um texto. Para tal proposta, esta comunicação tem, como base metodológica, a coleta de cinco (05) diários de anotações de aulas pertencentes a também cinco (05) professores de língua portuguesa de uma escola de médio porte da rede pública estadual da cidade de Fátima, no estado da Bahia. A justificativa desta comunicação está em possibilitar uma discussão e uma reflexão acerca do trabalho com a produção textual a partir das várias anotações dos diários da análise aqui pretendida.


PALAVRAS-CHAVE: Produção Textual; Práticas Docentes Inexpressivas; Escola Pública



Nenhum comentário: